terça-feira, 22 de março de 2011

ENSOLARAR

Fotografia by Rilson Dantas (in fabricadepositividades.blogspot.com)


Adverte-se contra o fumo

Adverte-se sobre os rumos

Adverte-se acerca das companhias...


Adverte-se a respeito da AIDS

Adverte-se sem cautela e invade

Adverte-se pelas noites passadas em claro...


Ad verter

Ad querer

Ad crescer

Ad romper

Ad viver


Ou,

há de

chegar o dia em que a simples

lembrança de pés descalços

servirá de embalo ao pranto.


POR ISSO EM TEU RETRATO

Há na poesia o sentimento 

indelével a prisão do tempo. O poeta sua musa.

Mas há também o ordinária, 

O contemplativo, 

O Gasto das coisas materiais

Por isso em teu Retrato, 

Todos vêm e têm contigo à procura de namoros.

Garotos horríveis. Belas Garotas. garotos.

E o amor deles a fez refém, ao portão da velha casa.

Aos que procuram calor de ti, verão que cortes à faca

Cortam com certo de certeza. Metal e incisão.

Aos que procuram calor, também verão de ti o encardido dos panos.

Nódoas negras. Partos de saudades.

O portão que guincha à noite pousa pra retrato em revista chique.

Guincha à incompreensão do Frio, da terrugem na quarta de carnaval ou nas cinzas de São João.

No parasempre, o níquel envelhecido. Teu rosto jovem.

Na manhã fria, ninguém vem ter contigo, demais o calor .

Na manhã fria, apenas o silêncio de teu corpo em pouso para o retrato obliterante.

Só um retrato é nada mais.

[O poeta e poema que digam o demais]

segunda-feira, 14 de março de 2011

Da janela do meu quarto


Hoje nasceu uma vida na minha janela, a mesma que em sentinela, espreito estrelas e luar. Flor é o teu nome de pedra, teu sorriso perfumoso. Em meu mundo onírico, tu ensina-me a sonhar. És o símbolo do poder, por ter em si as cores dos dias e a noite nos cabelos. Teus olhos sobre a janela despetalam meus sentidos, tu és corpo em primavera no amor e também nas despedidas. Pela tuas veredas, em meus sonhos de menino, ora Mab, ora Morfeu, sejas também símbolo do sonho que morreu para amar sem relógio ou roupa de gala. Defenestro-me das nuvens se amanhece. Desespero-me, casso o rastro de dia que surge pela fresta do futuro. Sempre haverá noites que amanhecem, meu amor. Assim também haverá lagrimas, porém mais que isso, sorrisos. Que nossa flor na janela seja eterna. Nosso amor sempre brotará.

[Na flor da idade com os sentidos à flor da pele]