sábado, 24 de julho de 2010

UM ACRÍLICO


UM ACRÍLICO


Insiste em borrar de branca espuma o dia a dia

Talvez O ar O sal A maresia Ao olho sobe-lhe

algum acidente cinza Lajedo e alicerce

[amplidão de pedra]

Desenha à tinta a tinta O jornal diário O asfalto

Toda a claridade Toda viagem O sarrabulho

O cheiro dos marujos febris suas vagas espumantes

[são cores]

Agigantam-se as bolhas As cores na superfície

As louças de primavera à proa desvanecem sob

o lodo As plantas plásticas As pedrinhas do aquário

[realidade do peixe]

A frota de Cabral – Sua dor atravessa a sala, o aquário

E vem morrer numa tela pós moderna Acrílica –

Fiz essa pintura pra ti meu coraçãozinho

Nela pintei também nosso sexo na praia Seus seios

[Seu gozo]

domingo, 18 de julho de 2010

Bobagens

Bobagens

Minha poesia ordinária
De nódoas requintadas
Quando quer descanso
Descansa. Torce o pé, diz um ai Vigoroso,
sem rima, sem oso.
Seu altruísmo é pra pássaros,
Grãos de arroz. Seu amor de mãe diz
Bom dia e pasta de dentes, de pai assente a cabeça.
Minha vida está para um punhadinho de bobagens:
Papai, mamãe e meu ais preguiçosos,
Bem osos.

ParaGrafaDor